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Gilson Peranzzetta - foto: ©Aloisio Jordão
♪Gilson Peranzzetta - É um dos artistas brasileiros de maior reconhecimento no Brasil e no exterior. Iniciou sua relação com a arte ainda criança, começou a tocar acordeon aos 9 anos, e piano, aos 10. Aperfeiçoou-se em técnica pianística com Petri Palau de Claramount, em Barcelona, onde viveu por três anos e no Brasil estudou com Vilma Graça, Linda Bustani e Ondine de Mello. Em sua trajetória artística se tornou uma das referências da música contemporânea dentro e fora do país. Com uma carreira de mais de seis décadas e sucessos que atravessam gerações, Peranzzetta é celebrado por sua contribuição única à música nacional e internacional.
A INFÂNCIA
Gilson Peranzzetta nasceu em Braz de
Pina, subúrbio do Rio de Janeiro, no dia 21 de abril de 1946, em uma família de
músicos. Sua mãe tocava bandolim e dava aulas de piano, seu avô tocava violão,
seu tio bateria, sua avó cantava. Aos sábados a família se reunia, na casa de Gilson,
para um sarau e desde a mais tenra idade Peranzzetta já respirava, ouvia e
vivia música.
Gilson iniciou sua carreira ainda menino,
aos dez anos de idade, fazendo apresentações com seu irmão Gelson Peranzzetta
(quatro anos mais velho) no Fã Clube Mirim de Brás de Pina. Os dois meninos
acordeonistas foram batizados com o nome de Dupla Pingue-Pongue pois apesar da
pouca idade já eram patrocinados pela goma de mascar Pingue-Pongue. Esse foi o
primeiro trabalho remunerado de Gilson, aos 10 anos de idade, já se tornou
músico profissional.
Como era comum naquela época Gilson ao completar 18 anos passou a fazer bailes e a tocar na noite, duas das melhores escolas para quem quer desenvolver uma carreira de solista.
O ACIDENTE
Em 1965, aos 19 anos um tiro de
metralhadora Ponto 30, na primeira semana do serviço militar obrigatório, quase
encerra precocemente a carreira de Peranzzetta. O tiro provocou sério ferimento
no braço direito e quando ele entrou na
sala de cirurgia ao ouvir que seu braço seria amputado pediu ao médico que não
fizesse isso, pois ele era músico. Um médico chileno, que por milagre estava
participando de um Congresso de Tendões de Nylon, no Brasil e estava no
hospital ao saber do problema veio com a solução: “Já que vocês vão amputar o
braço me permitam tentar a colocação de tendões de nylon”. E felizmente a
cirurgia teve êxito. Mas a recuperação foi muito demorada e Gilson ficou quase
três anos sem poder tocar.
Em 1967 retoma sua carreira e lança seu
primeiro disco “Tema Três”. Em 1969 funda o grupo Gilmony e lança o disco “Algo
Novo”, ainda em 1969 lança o emblemático álbum “Madrugada 1:30” (lançado também
na Inglaterra).
Data desta época sua primeira composição “Miragem” – suíte para piano e orquestra, que só foi registrada em cd em 1999.
A EUROPA
Em 1971 Peranzzetta é convidado a integrar
o grupo Central do Brasil. Durante uma apresentação do grupo, no Rio de Janeiro
o produtor francês Eddie Barclay gostou do trabalho e fez um convite para
apresentações na França. No final da turnê o Central do Brasil volta para cá,
mas Peranzzetta decide permanecer na Europa e fixa residência em Barcelona, por
três anos. Começa então sua carreira internacional com apresentações na Espanha
e em diversos países europeus. Paralelamente Gilson estuda técnica pianística
com a professora Petri Palau de Claramount e tem algumas aulas informais com o
genial compositor catalão Federic Mompou.
Em 1974 volta ao Brasil e passa a
trabalhar com Ivan Lins como pianista, arranjador e produtor. O grupo Modo
Livre (Gilson Peranzzetta – piano, João Cortez – bateria, Fredera - guitarra,
Fred Barbosa - baixo e Ricardo Pontes - sax e flauta), criado por Peranzzetta
para acompanhar Ivan nos shows acabou alçando vôo e se tornou um dos destaques
instrumentais da época.
ESTADOS UNIDOS/ QUINCY JONES
Em 1980 Gilson e Ivan vão a Los Angeles mostrar
algumas composições para o mega produtor americano Quincy Jones. Gilson havia
composto uma música que recebeu o título provisório de “Intoduções”, pois era a
junção de duas introduções que Peranzzetta havia feito para músicas de Ivan
Lins. Quincy Jones adorou a música e pediu a Paul Wlliams que fizesse uma letra
em inglês e assim surgiu o grande sucesso Love Dance. O primeiro a gravá-la foi
George Benson (1980), seguiram-se então as gravações de Sara Vaughn (1982),
Jack Jones (1987), Dianne Schurr (1989), Patty Austin, Terence Blanchard
(1996), Shirley Horn (1997), Quincy Jones (1999), Jane Monheit (2002), Blossom
Dearie (2005), entre outros e mais recentemente Nancy Wilson, Barbra Streisand.
Na seqüência novo sucesso da dupla Lins/Peranzzetta – Setembro, gravada por Sara Vaughn, Herbie Hancock, George Benson e Take Six.
A música Obsession (Gilson Peranzzetta e Dori Caymmi) também fez grande sucesso nas vozes de Sara Vaughn, Dianne Reeves e Toots Thielemans.
O trabalho com Quincy Jones foi super gratificante e gerou uma admiração recíproca. Em entrevista a José Maurício Machline, Quincy citou Gilson Peranzzetta entre os melhores arranjadores do planeta.
Em 1984 Gilson, Ivan Lins e Vitor Martins viajam para New York para gravar o disco “Juntos” – comemorando dez anos de parceria do trio. Durante essa gravação Gilson conhece George Benson (embora Benson já tivesse gravado Love Dance eles ainda não se conheciam pessoalmente).
PRÊMIOS
- Prêmio Brahma Extra de Música Instrumental – 1987 – Revelação;
- Prêmio Brahma Extra de Música Instrumental – 1989 – Conjunto da Obra;
- 2nd Prêmio da Música Brasileira – 1989 – Melhor arranjador – CD Cartola 80 Anos;
- V Prêmio Saul Trumpet – 2001 – Melhor arranjador – CD Veludo;
- 11th Prêmio da Música Brasileira – 1998 – Melhor solista– Cd Afinidades;
- 11th Prêmio da Música Brasileira – 1998 – Melhor compositor – Cd Afinidades;
- 23th Prêmio da Música Brasileira – 2012 – Melhor arranjador – CD Iluminado Dominguinhos;
- XIII Latin Grammy Awards – Melhor álbum de raízes brasileiras – CD Iluminado Dominguinhos;
- 25th Prêmio da Música Brasileira -2014 – Melhor arranjador – CD Edu Lobo and Metropole Orchestra;
- VII Premio Profissionais da música – 2023 – Melhor Instrumentista;
Indicações
- VII Latin Grammy Award – 2006 – Tudo Que o tempo Me Deixou – Alaíde Costa – Melhor CD de Mùsica Romântica
PARCERIA COM IVAN LINS
Como já foi mencionado acima Gilson começou sua
parceria com Ivan Lins em 1974. Todos os discos de Ivan no período de 1974 a
1985 tem a assinatura de Gilson como pianista, produtor e arranjador. Foi uma
época de grande sucesso e os arranjos escritos por Peranzzetta até hoje fazem
parte dos shows de Ivan e são celebrados pelos amantes da música. Datam dessa
época duas parcerias de Ivan e Gilson que se tornaram sucessos mundiaias: Love
Dance e Setembro. Gilson em 1985 decidiu seguir carreira solo, mas sua amizade
e parceria com Ivan seguem firmes e prazerosas. Continuam compondo juntos,
fazendo alguns shows e recentemente gravaram em duo o cd Cumplicidade para o
selo Fina Flor. Em 2019 fizeram uma mini
turnê – Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo,com a fabulosa Orquestra
Ouro Preto, com arranjos e orquestrações de Gilson e regência do maestro
Rodrigo Toffolo.
Em 1985 Gilson fez seu último show com Ivan Lins, no
Rock in Rio. A partir daí iniciou seu bem sucedido vôo solo. Gilson até então
super festejado como arranjador e compositor sentia necessidade de se realizar
como solista, ao piano, de ter sua própria carreira.
Nessa nova fase iniciou também os trabalhos em duo com Sebastião Tapajós (1988) com quem gravou dois CDs e fez inúmeras apresentações no Brasil e exterior e com Mauro Senise (1990), com quem gravou 13 cds e igualmente fez centenas de shows no Brasil e vários no exterior. O duo Gilson Peranzzetta e Mauro Senise é considerado referência na música instrumental brasileira.
A carreira internacional se solidifica e as apresentações em concertos e festivais na Europa, Japão e Estados Unidos passam a ser uma constante em sua vida.
Gilson Peranzzetta - foto ©Marcelo Castello Branco
GILSON COMPOSITOR
Peranzzetta soma em seu catálogo de composições trezentos títulos, obras gravadas por artistas nacionais, como Djavan, Ivan Lins, Nana Caymmi, Alaide Costa, Emilio Santiago, Jane Duboc, Leny Andrade e Leila Pinheiro, e internacionais, a exemplo de George Benson, Sara Vaughn , Nancy Wilson, Dianne Reeves, Quincy Jones e Barbara Streisand.
MÚSICA PARA CINEMA, TELEVISÃO, NOVELAS
“SETEMBRO”, (Gilson Peranzzetta e Ivan Lins), foi incluída na trilha sonora da premiada série norte-americana Dallas e no filme Boys´n the Hood.
Peranzzetta soma em seu catálogo de composições trezentos títulos, obras gravadas por artistas nacionais, como Djavan, Ivan Lins, Nana Caymmi, Alaide Costa, Emilio Santiago, Jane Duboc, Leny Andrade e Leila Pinheiro, e internacionais, a exemplo de George Benson, Sara Vaughn , Nancy Wilson, Dianne Reeves, Quincy Jones e Barbara Streisand.
“SETEMBRO”, (Gilson Peranzzetta e Ivan Lins), foi incluída na trilha sonora da premiada série norte-americana Dallas e no filme Boys´n the Hood.
“SORRISO DE
LUZ” (Gilson Peranzzetta e Nelson Wellington) foi trilha da mini-série
brasileira Labirinto e tema de personagem da Novela Flor do Caribe.
“CANTO DO LOBO” (Gilson Peranzzetta e Nelson Wellington) foi tema de personagem da novela Em Família da TV Globo.
“CIÚME – Tema de Bento” (Gilson Peranzzetta) foi trilha do filme Dom, estrelado por Marcos Palmeira e Maria Fernanda Cândido.
Peranzzetta também compôs a trilha do Documentário “Everest, Uma Conquista Brasileira” do diretor e alpinista Waldemar Niclevski
WDR BIG BAND – KOLN
Nos anos 2002, 2004 e 2007 Gilson Peranzzetta fez
inúmeras apresentações na Alemanha e na Holanda com a sensacional WDR Big Band,
considerada uma das melhore orquestras do mundo. Gilson assinou a regência e os arranjos nessas
3 temporadas.
Em 2011 Gilson Peranzzetta foi convidado para escrever
arranjos, orquestrações, para a obra de Edu Lobo, além de se apresentar como
solista ao piano. Foram 10 dias de ensaios com essa excepcional Jazz Sinfônica,
Na cidade de Hilversum, onde fica a sede da Metropole e a apresentação memorável
na sala de concertos Beur van Berlage, em Amsterdã .O espetáculo foi gravado em
áudio e lançado em CD pela Biscoito Fino. Esse CD recebeu dois Prêmios da
Música Brasileira: melhor disco e melhor arranjador: Gilson Peranzzetta.
Peranzzetta fez os arranjos e orquestrações para Villa-Jobim (Ivan Lins e Gilson Peranzzetta) e Two Streams (Ivan Lins e Caetano Veloso)
MSM SYMPHONY ORCHESTRA - NEW YORK 2015
Gilson Peranzzetta se apresentou como solista, arranjador e orquestrador, com a ilustre participação do excepcional saxofonista americano Paul Lieberman.
APRESENTAÇÕES COM ORQUESTRAS BRASILEIRAS COMO SOLISTA, COMPOSITOR, ARRANJADOR E/OU REGENTE
ORQUESTRA PETROBRÁS SINFÔNICA
Gilson Peranzzetta criou o roteiro, fez a direção musical e arranjos e orquestrações para a apresentação da Orquestra Petrobrás Sinfônica, no Projeto Aquarius em homenagem aos 50 anos da Bossa Nova. O espetáculo teve a regência do Maestro Isaac Karabtschevsky e levou 20.000 pessoas ao Forte de Copacabana. Gilson também atuou como solista ao piano e completando o time de convidados estavam o violonista Turíbio Santos, o saxofonista e flautista Mauro Senise e a cantora Leila Pinheiro
Em janeiro de 2006 foi convidado pelo compositor Billy Blanco para orquestrar e reger a Sinfonia do Rio de Janeiro (Tom Jobim e Billy Blanco). Além da orquestração e da regência Peranzzetta compôs para a Sinfonia uma nova introdução e todas as ligações entre as canções. O resultado foi uma memorável apresentação na Sala Cecília Meirelles com a participação do Orquestra Sinfônica dos Sonhos e dos cantores Peri Ribeiro, Leila Pinheiro, Doris Monteiro, Zé Renato, Paulo Marques e Elza Soares.
Para a música de concerto Peranzzetta compôs a suíte “Metamorfose” para orquestra sinfônica e piano, apresentada em primeira audição pela OSB, na Sala Cecília Meireles. Gilson se apresentou como solista ao piano, além de assinar o arranjo e a orquestração dessa suíte.
Outra composição de Peranzzetta para música de concerto “Miragem” foi apresentada em primeira audição pela Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo.
Gilson se apresentou como solista ao piano, além de assinar o arranjo e a orquestração.
Em 2021 volta a se apresentar na série Encontros Históricos na Sala São Paulo com a Brasil Jazz Sinfônica, como solista ao piano em 3 composições suas – Paisagem Brasileira, e como solista e arranjador das canções interpretadas por Jane Duboc.
Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro | Orquestra Ouro Preto | Orquestra Pop & Jazz – IFES | Orquestra de Câmara de Blumenau | OSPEC –Orquestra de Sopros e Percussão do Cerrado | Amazonas Band | UFRJazz | Vale Música Jazz Band | Orquestra Vale Música | Orquestra Sinfônica de Brasilia |Orquestra Jazz Sinfônica Tom Jobim | Orquestra Sinfônica de Santos | Soundscape | Big Band do Conservatório de Tatui
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FILMOGRAFIA
Filme Luz Del Fuego. Dir. David Neves. 35mm, COR, 106min, 1982 / música - instrumentista
Filme Cruz e Sousa o Poeta do Desterro. Dir. Sylvio Back 35mm, COR, 86min, 1999 / música - instrumentista
Filme 'Lara'. Dir. Ana Maria Magalhães. 35mm, COR, 107min, 2002 / música - instrumentista
Filme 'Dom'. Dir. Moacyr Góes . 35mm, COR, 91min, 2003 / música 'Ciúme - Tema de Bento'
Filme 'Proibido Proibir. Dir. Jorge. 35mm, COR, 100min, 2003 / música 'Marelena'
Documentário Arte com Sérgio Britto. Digital, COR, 52min, 2001 / Elenco
Jazz, Música Instrumental Brasileira. Episódio 8. Gilson Peranzzetta e Mauro Senise. Dir. Mário Diamante. Digital, COR, 26min83seg, 2017
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:: Foto de capa do site : Gilson Peranzzetta - foto ©Marcelo Castello Branco
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* Página atualizada em 9.12.2025
* Página atualizada em 9.12.2025


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